O presente estudo centra-se na evolução das práticas dos assistentes sociais sobre a desafiliação social das pessoas sem-abrigo, em Lisboa. Tenta aferir os desafios face à complexificação dos percursos de desafiliação e os constrangimentos político-institucionais à práxis profissional e à cidadania das pessoas desafiliadas. Central é tentativa de descoberta de emergência de inovação nas estratégias de intervenção. Concluí-se que as mutações do fenómeno da desafiliação e os desafios de um mundo urbano e globalizado pressionam o contexto político-institucional e profissional do serviço social ao desenvolvimento de alterações que respondam às novas realidades da população sem-abrigo em Lisboa. Verifica-se a existência de inovação quer nas práticas profissionais, quer nos contextos político-institucionais. Os maiores constrangimentos encontram-se mais no contexto político-institucional do que nas estratégias e modos de vida das pessoas sem-abrigo ou no seio profissional. Pode assumir-se que as práticas do assistente social junto da população sem-abrigo em Lisboa, se encontram num eixo de tensão entre o conservadorismo e a inovação.
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