A criança age de modo espontâneo e seu 'devir' não está condicionado ao símbolo aprisionado ao campo formal binário expresso na tradicional relação entre significado e significante, pois não comunga com a ordem do 'logos'. Ela obedece ao 'pathos' que tem no gesto sua apresentação, porque no estágio "pré-operatório" sua apreensão ainda não se dá no campo formal. Esse universo implica a ausência da consciência e da depuração exigida pelo 'logos' por não compartilhar com as palavras que se apresentam como signos capazes de substituir os objetos para estabelecer conhecimento com o mundo no campo conceitual. Sua comunicação com o mundo prioriza o gesto e através dele expressa uma significação peculiar que tem na 'mímesis' sua aliada na apreensão e na compreensão das coisas ainda na dimensão analógica. (Raquel Vasconcelos)