O crime e a punição são elementos que são da responsabilidade da instituição penitenciária, mas não são os únicos, caso contrário não seria possível falar de reabilitação social e, certamente, a ligação desta última com a sociedade não deve ser subestimada. No desenvolvimento subjectivo nas actuais coordenadas socioculturais, não exclusivamente, mas particularmente em populações vulneráveis como as pessoas privadas da sua liberdade, observou-se uma tendência para o desenvolvimento de uma personalidade criminosa. Esta investigação propõe analisar o problema de uma perspectiva psicológica, psicanalítica e social. O método aplicado foi qualitativo, através de entrevistas com profissionais e pessoas com experiência no sistema penitenciário, foi possível contrastar e complementar a construção teórica; além disso, a observação directa dos temas, produto dos fenómenos discutidos, permitiu-nos explorar as questões sob diferentes perspectivas e demonstrar os efeitos das variáveis investigadas nas actuais formações subjectivas e sociais.