A presente obra tem por escopo, em um primeiro momento desenvolver considerações em torno da premissa de que a economia desde suas origens mais remotas, sempre foi entendida como um desdobramento da ética, estando ambas as esferas (ética e economia) inter-relacionadas; e de que esse suposto "divórcio" tem origens na modernidade, onde se seguiram duas linhas economicistas: a linha que Sen denomina de "ética" e a de "engenho", com a notável dominância ulterior da última. Nessa via, com base nos escritos de Sen, assim também como na teoria epistemológica de Hilary Putnam, procurarei investigar o porquê dessa cisão, seus problemas e implicações concernentes tanto no âmbito ético quanto econômico. Assim, pretende-se levar ao limite a tese de uma suposta isenção valorativa presente nas teorias econômicas dominantes (minimalistas/de engenho), expondo suas fragilidades e possíveis contradições encontradas em seu estofo teórico, objetivando com isso, demonstrar que essas teses economicistas investigadas, não só não são neutras, mas pressupõem valores normativos em seu interior, isto é: são outras doutrinas valorativas, só que veladas pelo cobiçado status privilegiado das ciências formais.