Ser de água é ser livre, sem amarras, sem limites que encarcerem. Ser de água é ser palavra fluida, desaguando no mar da poesia. Assim é a obra de Glória de Sant'Anna. Segundo Poema de Solidão / Serei tão secreta / como o tecido da água / e tão leve / e tão através de mim deixando passar / toda a paisagem / e todo o alheio pecado do gesto, da presença ou da palavra / que logo que a tua mão me prenda / me não acharás: / serei de água. / (SANT'ANNA, 1988, p. 200)