Estudos recentes da clínica fonoaudiológica infantil têm apontado co-ocorrência sistemática de problemas de linguagem e de alimentação, tratando as questões fonoaudiológicas ligadas a zona oral sob o conceito de ''oralidade''. Supõe-se que a boca é território de alimentação, linguagem e afetos. O dispositivo terapêutico proposto, a oficina de cozinha, mostra-se pertinente para crianças com problemas de linguagem, pois remonta cenas simbólicas e inaugurais importantes. O mesmo dispositivo terapêutico parece ser adequado também ao tratamento fonoaudiológico de crianças portadoras das síndromes de Prader-Willi ou Kabuki, por várias razões, entre as quais se destaca a valorização da singularidade biopsíquica dos casos, por meio da implicação entre o falar e o comer, como vigas constitutivas do psiquismo.