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O nordeste brasileiro foi marcado, desde os primeiros contatos coloniais, por intensos processos de genocídio e epistemicídio de sua população indígena. Esses processos, contrários a alteridade não-europeia, geraram um contexto de forte negação da presença indígena na região. Ao longo do séc. XX, contrariando esse cenário, diversos movimentos de retomada étnico-territorial se iniciaram, forçando o reconhecimento da existência e dos direitos dos povos indígenas nordestinos. Visando contribuir para a compreensão desse contexto, analiso a situação política do povo Kiriri ¿ localizado na bacia do…mehr

Produktbeschreibung
O nordeste brasileiro foi marcado, desde os primeiros contatos coloniais, por intensos processos de genocídio e epistemicídio de sua população indígena. Esses processos, contrários a alteridade não-europeia, geraram um contexto de forte negação da presença indígena na região. Ao longo do séc. XX, contrariando esse cenário, diversos movimentos de retomada étnico-territorial se iniciaram, forçando o reconhecimento da existência e dos direitos dos povos indígenas nordestinos. Visando contribuir para a compreensão desse contexto, analiso a situação política do povo Kiriri ¿ localizado na bacia do médio Itapicuru, Bahia - focando na distintividade intra-étnica e nas suas divisões internas. Para tal, é apresentada a configuração das escolas indígenas, além da descrição de processos de cisão intra-étnica à luz das articulações entre território, educação escolar e representações êmicas Kiriri sobre sua língua indígena. Concluo que, os mesmos diacríticos utilizados na afirmação de uma unidade étnica, frente aos não-índios, são também instrumentalizados na marcação das distinções internas do povo, revelando uma multiplicidade de ¿modos de ser¿ Kiriri: "um pra vocês, muitos pra gente".
Autorenporträt
Gabriel N. Cardoso prépare un master en anthropologie au PPGA de l'université fédérale de Bahia et est titulaire d'une licence en sciences sociales de l'UFBA. Il travaille dans les domaines de l'ethnologie indigène, de l'anthropologie linguistique et politique, avec un intérêt particulier pour le chamanisme. Elle mène actuellement des recherches et fournit des conseils linguistiques au peuple Kiriri (Banzaê-BA).