O encontro da Psicanálise com a Literatura sempre foi marcado pelo fato dos escritores terem uma intimidade com o inconsciente. O uso da escrita criativa norteia e ilustra o desbravamento do campo psicanalítico. Esse encontro de dois terrenos do saber é bem ilustrado pelo neologismo de Lacan: lituraterra. A dissertação parte do estudo de Lacan sobre a letra e a literatura, para pensar os pontos de encontro entre os dois campos do saber. A escolha da obra de Joyce - Um retrato do artista quando Jovem - se deu pelo desejo apontado nas leituras sobre o objeto a e a voz. No retorno de Joyce para ler Lacan, houve o encontro com uma outra qualidade, que é o som, para pensar a experiência do lugar de leitor e sua ressonância no lugar do analista. A questão: o que um analista escuta e o que faz deste lugar produzir uma análise perpassa nas elaborações sobre a letra, a voz e o som. O trabalho aposta que, além das clássicas definições das formações do inconsciente, o analista também deve escutar uma musicalidade, que seria propriamente o conceito de lalangue; a junção entre o som e a voz.