Este livro emprega a análise crítica do discurso (CDA), e a análise de enquadramento, para revelar como a linguagem é utilizada para manter o racismo e o controlo e expansão geográfica através da ideologia abissal. Tal ideologia, mantenho, consolida as relações assimétricas entre os Ameríndios da Guiana e: o colonizador; o Estado; e as ONG internacionais. Inerente a estes textos está o que o estudioso jurídico Boaventura de Sousa Santos refere como pensamento abissal e quadros discursivos repetitivos que resultam na injustiça cognitiva de negar aos ameríndios a sua humanidade, remetendo-os para um estado de barbárie e inferioridade cultural. A resistência, porém, é capturada através das suas narrativas e tentativas de desafiar a hegemonia, reconfigurando os povos indígenas do país não como vítimas passivas, mas como uma população resistente que procura justiça social, ambiental e cognitiva.