Pretende-se fazer uma análise dos valores semânticos e discursivos de construções com verbo-suporte e de expressões cristalizadas correntes na língua portuguesa do Brasil. O corpus analisado é constituído de textos de gêneros variados colhidos em jornais e revistas publicados desde 2003, nos quais se evidencia o aparecimento cada vez mais freqüente dos usos verbais em foco. Parte-se do pressuposto teórico de que o verbo é o nó a ser desatado, pois, ao contrário, do que muitos autores vêm relatando em relação ao verbo-suporte, não há um completo esvaziamento semântico, mas uma nova forma de dizer em que se privilegia o uso conotativo do verbo que passa de pleno a leve, segundo a nomenclatura de vários estudiosos, que lhe atribuem valor de auxiliaridade. Enquanto o uso dos verbos-suporte no Brasil vem-se fixando no léxico, outras formas cristalizam-se, enriquecendo o vocabulário, inovando falares, o que aproxima estas expressões de uma classe aberta. O verbo somado a alguns nomes ou participando de expressões, longe de se esvaziar, estende ou modifica a significação no processo discursivo.