Baseado em pesquisa original com pessoas do sexo masculino encarcerados no sistema penitenciário do Rio de Janeiro, este livro trata a questão da criminalidade, buscando focalizar nas relações produzidas entre sujeitos e diversas institucionalidades os elementos para compreender sua dimensão e suas formas de manifestação. Privilegia-se, na análise, uma abordagem institucional, procurando compreender como nos encontros com determinadas práticas foram se construindo carreiras criminais. A ênfase nesse tipo de análise deve-se ao entendimento de que o enveradamento de biografias na delinquência é produto do universo relacional das práticas institucionais e sua capacidade de produzir subjetividades, no sentido dado por Foucault ao conceito. Tal enfoque pretende se diferenciar das tradicionais análises sobre a delinquência centradas, por um lado, na culpabilização do indivíduo e, por outro, na estrutura social como responsável pela entrada na vida do crime. Por isso, emprega-se o conceito de ilegalizo. Verificou-se o quanto o tráfico de drogas é emblemático no sentido de produzir novas institucionalidades em função, notadamente, do tipo de organização criminosa que ele encerra.