Interrogar o texto literário difere pouco ou nada da construção de um corpus comum no campo. Em ambos os casos, ouve-se a voz e o discurso de um orador, presente ou ausente, quem se importa? O que é essencial é aquele discurso ao qual foi atribuída uma existência e sem o qual nenhum estudo sociolinguístico teria visto a luz do dia. Após a observação do uso, que já começou com a constituição de um corpus através da análise e classificação dos dados e o inventário das recorrências, a constituição das variáveis linguísticas e a sua descrição, a explicação tem lugar a fim de correlacionar o linguístico com o social. O objectivo é ganhar conhecimento da sociedade através da língua. Excepto que na literatura, é possível a atitude oposta. E justamente quando nos interrogamos sobre a utilidade do estudo temático em sociolinguística, encontramo-nos a estudar a sua reflexão através da variável temática: variação. A relação entre a variação e a violência é assim explicada. Com efeito, os fenómenos linguísticos da variação realçam o tema da violência: constituem tanto a sua reflexão como a sua máquina de produção.