Este livro versa sobre a difícil experiência de adoecimento por HIV/ AIDS. Acompanhamos em seu escopo todas as agruras apresentadas pela síndrome da imunodeficiência adquirida a Herbert Daniel, importante militante soropositivo que adoeceu em 1989 e faleceu em 1992. Mostramos sua angústia por conviver com a possibilidade de "morte antecipada" e "morte social" que atingiam todo paciente de AIDS naquela época. Discorremos também sobre sua revolta contra a construção do termo "aidético", pessoa que possuía características marcantes como a degradação física, pertencia a alguns segmentos sociais - os "grupos de risco" - e via de regra era considerado um transgressor. Por isso, culpado por seu infortúnio. Mas Daniel resolveu não sofrer calado. Foi indivíduo importante na luta pela humanização do soropositivo, escrevendo e militando contra sua discriminação e negação. Enfrentou tradicionais instituições brasileiras, denunciou preconceitos, descasos e violações de direitos humanos. Por fim, foi um dos primeiros a assumir publicamente ser portador de HIV. Para Daniel este ato era político e significava sair da clandestinidade imposta aos pacientes de AIDS.
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