O cenário da criminalidade feminina permanece pouco explorado e com escassez de dados quando comparados aos estudos direcionados à população masculina. Há de se levar em conta às especificidades de gênero quando o assunto é o encarceramento, e a própria particularidade do processo de desenvolvimento histórico feminino no cenário social, na tentativa de compreender circunstâncias ou motivações para práticas criminais. A condição da mulher presa é de invisibilidade e as políticas públicas existentes não atendem as necessidades específicas da população. Na tentativa de estabelecer uma compreensão da vulnerabilidade criminal feminina, buscou-se realizar a análise do caráter de acordo com a psicologia do analista austro-húngaro Wilhelm Reich , de modo a entender a mulher em seu contexto diverso, identificando as etapas de desenvolvimento evolutivo, as relações familiares e afetivas e os processos conscientes e inconscientes da personalidade humana, nos quais articulam-se as dimensões biológicas, psicológicas, sociológicas, políticas e educacionais.