Uma perspectiva que atravessa o tempo, forjando uma história da arte pós-colonial aprofundada e abrangente. Os textos reunidos neste livro atestam o compromisso de Anne Lafont com as novas perspectivas da história da arte. Baseando-se em uma intensa atuação entre pesquisas, curadoria e crítica, a autora traça um panorama sobre as imagens e a cultura material do chamado Atlântico Negro, possibilitando novas aberturas para repensarmos o que é a arte africana, bem como seus usos e sentidos no contexto da colonização. Referência tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, Anne Lafont investiga como diversas produções artísticas são atravessadas pelas questões raciais e coloniais, aspectos até então pouco considerados no âmbito da historiografia. Com uma abordagem arejada e original, ela analisa o papel de resistência da arte feita por africanas e africanos no período da escravização, as marcações raciais presentes em obras cruciais da história da arte, e debate ainda as leituras mais clássicas da história e das ciências sociais sobre a produção artística dos mundos negros. As análises reunidas neste volume também têm o caráter de intervenção, caso dos artigos sobre o papel dos monumentos públicos em meio às recentes reivindicações antirracistas e o projeto de restituição de obras africanas empreendido pelos museus franceses.
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