O livro mostra que, apesar de a humanidade ter claramente definido a sua preferência crescente por habitar o urbano, desde a transformação da aldeia pré-urbana, a cidade tem tido dificuldade em demonstrar em seus espaços suas estruturas ambientais, sua paisagem e seu funcionamento e a repartição espacial e temporal, alguma coerência entre as soluções adotadas e as reais necessidades, expectativas e anseios da comunidade local de forma inclusiva e em sua totalidade. Seus espaços, de forma crescente, têm demonstrado valorizar mais alguns elementos seletivos e simbólicos nos sucessivos momentos históricos, do que a própria comunidade que a habita. Se torna essencial a busca de alternativas, como a concertação social comunitária para a definição de soluções urbanas, a valorização das pessoas e da comunidade com suas expressões espaciais, a valorização do espaço público, a aproximação entre os grupos sociais, e a busca do reforço de soluções autônomas e endógenas da sociedade em contraponto às determinações heterônomas, notadamente em função da globalização contemporânea. Nesse aspecto, observa-se certa convergência entre os paradigmas urbanos sustentáveis, como o da cidade compacta e a humanização da cidade. No entanto, para a sua viabilização, haverá a necessidade de um reaprendizado para a cultura da paz e do encontro, em contrapartida à atual pedagogia da competição e do conflito. Um processo de aprendizado, no qual o próprio espaço urbano pode ser bastante protagonista.
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