Em 2020, o caso Mariana Ferrer chocou o Brasil. A vítima de estupro foi submetida a um interrogatório agressivo e constrangedor por parte do advogado do acusado. A atitude do advogado foi amplamente criticada, e muitos consideraram que foi uma forma de vitimização secundária da vítima. Inspirada nessa situação, surgiu a presente pesquisa de mestrado, como uma forma de investigar se o caso foi um fato isolado ou se, na verdade, reflete uma tendência do sistema de justiça criminal brasileiro de culpabilizar a vítima de estupro pelo crime. Conclui-se, portanto, que o caso Mariana Ferrer foi apenas um em tantos outros casos que manifestam a cultura do estupro - fenômeno social que naturaliza a violência sexual contra a mulher, podendo levar as autoridades judiciárias a culpabilizar as vítimas e a não lhes oferecer o apoio necessário. A vitimização secundária é um problema que pode ter um impacto negativo significativo na vida das vítimas de estupro, dificultando sua recuperação e reabilitação. A pesquisa pode ajudar a identificar as causas da vitimização secundária e sugerir medidas para combatê-la. Espero que esta pesquisa contribua para o debate sobre a vitimização secundária de mulheres vítimas de estupro no Brasil. É importante que o sistema de justiça seja mais sensível e acolhedor às vítimas, para que elas possam se sentir seguras e apoiadas no processo de denúncia e julgamento do crime.
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