Passamos alguns anos trocando correspondências sobre o jogo. No começo, apenas apresentávamos dúvidas um para o outro, até que surgiu o que realmente nos interessava dentro dessa temática: a graça do jogo. O jogo intriga por seu caráter desinteressado; quem joga não o faz por interesse em receber algo em troca. É um fazer por fazer, um fazer encerrado nele mesmo, algo gratuito, de graça, daí nos debruçarmos sobre a ideia de jogar em estado de graça. "Muitas coisas são chamadas de jogo em nossa língua portuguesa. Jogo de molas, jogo de chá, jogo de cintura. Na maioria dos casos, porém, "jogo" designa um acontecimento lúdico, algo que pessoas fazem quando não estão comprometidas com tarefas, com obrigações, quando não precisam prestar contas daquilo que fazem. Esse acontecimento lúdico traduz uma dimensão humana que, embora não possa ser isolada do todo que somos, enfatiza um certo estado. O estado de graça, quando jogamos, não se refere à inspiração artística ou beatitude religiosa, mas a uma impressão sensorialmente sentida. Isso é observável quando estamos nos divertindo com algo, quando praticamos um esporte, quando estamos numa festa, e até em ações socialmente discutíveis, mas que replicam as características do lúdico. Do ponto de vista do jogo, estar em estado de graça é entregar-se ao jogo, qualquer que seja ele."
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