"A beleza excepcional da baía da Guanabara ou da orla marítima não basta para justificar que o Rio seja o cartão de visita privilegiado da "marca Brasil" no estrangeiro, pois ao País não faltam paisagens suntuosas a valorizar. É exatamente a história, a indissolúvel associação do Rio de Janeiro com os desenvolvimentos do Estado-nação brasileiro e de todas as consequências culturais, que explica seu lugar à parte na federação." (página 327) Há exatos 450 anos, os portugueses fundam a cidade do Rio de Janeiro, ao sul de seu império americano, de modo a expulsar os franceses que haviam se estabelecido na Baía da Guanabara. Porto militar e negreiro, a cidade baseia seu progresso, de início, no comércio e na exportação de ouro de Minas Gerais. Capital do vice-reino do Brasil, acolhe, com a corte portuguesa que ali se instala em 1808, todos os modelos de civilização importados da Europa. Coração do Brasil Imperial, torna-se o "cadinho" em que se elaboram novas formas de cultura - o carnaval, o samba e, já então, o futebol. Laboratório e vitrine do País, conhece todos os sistemas políticos: um regime monárquico, uma república oligárquica, a ditadura de Getúlio Vargas. Destituída de sua função de capital em 1960, a cidade do Rio de Janeiro continua a dar o tom e a reivindicar seu papel de porta-voz de uma nação mestiça. Assim, de sua fundação em 1565 à eleição de Luiz Fernando Pezão para o Governo do Estado em 2014, A História do Rio de Janeiro, escrito pela professora francesa Armelle Enders, apresenta um retrato minucioso da história da Cidade. Às vésperas das comemorações desses 450 anos, os cariocas de nascimento e por adoção ganham uma nova edição revista e atualizada da obra.
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