Este livro investiga os mecanismos psíquicos envolvidos nos processos de identificação nos estados-limites. Destaca-se a relação entre o eu e o outro (interno e externo), com ênfase na dimensão traumática que estaria na base dessa relação. Esta análise leva em conta, de maneira articulada, os aspectos narcísicos e edipianos implicados nessa problemática. Nos estados-limites, a relação com o outro é marcada por um estado de "servidão" do ego ao objeto, indicador da predominância de uma dimensão narcísica no percurso identificatório desses sujeitos. Pressupõe-se precariedade quanto à constituição das fronteiras egoicas, excessivamente porosas nesses casos. Esses aspectos são explorados por meio das noções de introje& ccedil;ão e de incorporação, as quais se entrelaçam profundamente com a de identificação. Visa-se, assim, elaborar a questão dos limites da interiorização psíquica, considerando-se a possível presença, no mundo interno, de uma alteridade interna radical e inassimilável. Busca-se, por fim, sustentar a especial relevância do mecanismo de identificação projetiva nos estados-limites. Esse mecanismo parece prevalecer e melhor descrever a particularidade quanto aos modos de identificação nessas situações clínicas, nas quais a busca de si no e pelo outro constitui elemento essencial.
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