Na fase de emancipação do lado brasileiro do Reino Unido de Portugal e Cia. e início do Primeiro Reinado, a imprensa se transformou em um importante instrumento de elaboração e veiculação de ideias, projetos e debates públicos. No universo dos impressos da Corte do Rio de Janeiro, um dos grupos políticos que disputou os rumos institucionais do nascente Império do Brasil foi acusado de "tentar mudar a forma de governo", ou seja, de atentar contra o regime monárquico estabelecido, visando à instauração de uma república. Propomo-nos a analisar o conceito de república veiculado por este grupo de periodistas, seus projetos para a nascente brasileira, bem como sua possível associação a ideais republicanos. Esta busca se pautou pela investigação dos usos e significados dos conceitos de república/republicanismo nos panfletos que circularam na imprensa da Corte do Rio de Janeiro, bem como da análise de um dos periódicos deste grupo, o Reverbero Constitucional Fluminense, de forma a apreender as possíveis linguagens políticas desses publicistas da independência. Conduziremos esta investigação por meio da análise do referido periódico e de panfletos impressos na coleção "Guerra literária - Panfletos da Independência (1820-1823)", visando a reconstrução das comunidades de linguagem onde esses impressos circularam e os possíveis significados que esses escritos poderiam assumir enquanto lances linguísticos dentro dessas comunidades.
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