Este livro se encontra alicerçado sobre dois conceitos fundamentais que perpassam a ontologia fenomenológica de Jean-Paul Sartre e que foram consolidados ante a publicação da obra L'être et le néant: a liberdade e a intersubjetividade. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho almeja avaliar as conexões e as respectivas dificuldades que circundam o modo pelo qual o Outro passou a ser interpretado em meio aos textos sartrianos, adquirindo um viés altamente conflituoso e, assim, correndo o risco de emaranhar as relações humanas em pura inautenticidade. De acordo com isso, pretende-se observar a maneira como, na década de 1940 e início de 1950, a obra de Sartre aparece ancorada sobre o conceito de liberdade, e, ao mesmo tempo, há um esforço para salientar que, se a conflituosidade é a característica fundamental da abertura intersubjetiva, isso só é possível a partir de um modelo de liberdade que seja absoluto. Ademais, uma vez que a liberdade se apresenta como condição necessária ao conflito, ela mesma será fundamental para que o convívio entre os indivíduos não resulte unicamente em fracasso. Portanto, uma vez que a realidade humana esteja impossibilitada de viver isoladamente, ela mesma precisará encontrar, através do ser-livre, as formas de conviver autenticamente com o Outro, mesmo que essa relação seja descrita como algo infernal.
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