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Um retrato desabusado do que era ser mulher em uma sociedade (ainda mais) dominada pelos homens, escrito por uma das mais corajosas e influentes jornalistas do começo do século 20, convenientemente "esquecida" da lista dos grandes escritores brasileiros. Celina se rebela contra sua vida na "masmorra": a casa que divide com a sogra ciumenta, o marido insípido e dois filhinhos. Como qualquer mulher que não nasceu para Amélia, essa "Madame Bovary da rua das Marrecas sonhava com uma existência mais larga, a independência da mulher elegante e rica, que sai só, vai a teatros e alimenta a corte…mehr

Produktbeschreibung
Um retrato desabusado do que era ser mulher em uma sociedade (ainda mais) dominada pelos homens, escrito por uma das mais corajosas e influentes jornalistas do começo do século 20, convenientemente "esquecida" da lista dos grandes escritores brasileiros. Celina se rebela contra sua vida na "masmorra": a casa que divide com a sogra ciumenta, o marido insípido e dois filhinhos. Como qualquer mulher que não nasceu para Amélia, essa "Madame Bovary da rua das Marrecas sonhava com uma existência mais larga, a independência da mulher elegante e rica, que sai só, vai a teatros e alimenta a corte ardente de muitos admiradores". Conseguirá ela livrar-se das amarras patriarcais de um casamento insosso e do duplo jugo da mãe ambiciosa e da sogra conservadora?
Autorenporträt
Carmen Dolores é o pseudônimo mais conhecido de Emília Moncorvo Bandeira de Melo (Rio de Janeiro, 1852-1910), um dos escritores brasileiros mais representativos e influentes no início do século 20 e também pioneira na luta pelos direitos femininos. Em uma época em que mulheres sequer podiam votar, Emília tratou, com sua escrita incisiva e corajosa, de temas incendiários, como o direito ao divórcio, à educação e o acesso igualitário ao mercado de trabalho, além de retratar conflitos internos nas famílias tradicionais, ironizando o conservadorismo católico. A autora ingressou na imprensa como diletante, como ela mesmo assumiu, já que a norma, na Belle Époque carioca, era a mulher cuidar só da casa e dos vestidos. Ao ficar viúva, porém, e com seis filhos para criar, passou a escrever crônicas — assumindo a coluna que era de ninguém menos que Machado de Assis, no jornal O paiz —, artigos de crítica literária e contos para diversas publicações, de 1905 até sua morte, tornando-se a colunista mais bem paga no Brasil. Adotou outros pseudônimos, tanto femininos como masculinos, mas foi como "Carmen Dolores" que assinou a maior parte dos seus trabalhos literários, destacando-se os livros de contos Um drama na roça (1908); Ao esvoaçar da ideia (1910) e o romance A luta, que foi originalmente publicado como folhetim e compilado em livro, um ano após a morte da autora. Sua postura corajosa e libertária despertou reações da sociedade patriarcal, especialmente da Igreja Católica. Frei Sinzig, em sua obra de 1915, Através dos romances (uma espécie de Index Prohibitorium tupiniquim, com os livros que os católicos deveriam evitar… ou queimar) chegou a dizer de Carmen Dolores: "não se compreende que uma senhora possa escrever semelhantes imoralidades!". Carmen/Emília morreu em 1910 quando era tão ou mais popular e influente que alguns dos seus contemporâneos — como João do Rio ou Lima Barreto —, que receberam o reconhecimento póstumo negado às escritoras como ela, Julia Lopes de Almeida, Maria Firmina dos Reis e outras companheiras d'"A luta".