O livro revisita, por meio das narrativas do autor, momentos relevantes da construção dos seus saberes e procura apreender em alguma medida o emaranhado de sentidos atribuídos por Gilson César às práticas que deram sentido à sua vida e sua mímica. A proposta não foi fazer uma biografia ou dar conta da complexidade de experiências da rica trajetória deste artista, mas, ao contrário, tem-se um recorte singelo em torno do seu percurso para a construção de saberes práticos sobre a mímica. A oralidade vivenciada nas diversas situações da vida cotidiana é registrada com força e visibilidade de modo a restituir ao artista as possibilidades de reunir e reinventar o vivido e o criado. O livro contou com a organização da antropóloga Cynthia Carvalho Martins e da pedagoga Tamara Fresia Mantovani de Oliveira em um trabalho centrado na condução das entrevistas e organização e sistematização do material. As condições de possibilidade da realização deste trabalho estiveram orientadas pelas relações sociais prolongadas, de mais de vinte anos entre as organizadoras e o mímico, vivenciadas na Ilha Encantada de São Luís, no (e)maranhado Maranhão.