Enquanto as notícias vindas da Europa cobriam o planeta de tristeza, a maneira como o Brasil encarava o início da pandemia provocava inúmeras dúvidas sobre qual seria a verdadeira orientação do país no combate ao novo coronavírus. Mesmo assim, no dia 16 de abril de 2020, a manchete do site do jornal Folha de S.Paulo espantava pela incredulidade, despertando surpresa e uma grande curiosidade: "Maranhão comprou da China, mandou para Etiópia e driblou governo federal para ter respiradores - Depois de ter sido atravessado por Alemanha, EUA e governo federal, estado montou operação de guerra". Por mais que fatos e decisões contraditórias se alternassem em um governo no qual o ministro da Saúde era atacado pelo próprio presidente, a notícia sobre como um pequeno estado brasileiro deu a volta no globo para realizar uma "operação de guerra", conseguindo abastecer o seu sistema de saúde com os equipamentos mais procurados e desviados em todo o mundo, chamava muito a atenção. O livro A Operação Secreta Etiópia-Maranhão: A guerra dos respiradores no ano da pandemia revela os segredos e os bastidores desse enredo cinematográfico, permeado de intriga e suspense. Como uma sequência de ações - planejadas ou improvisadas - se tornaria um plano bem-sucedido que virou notícia em vários países e salvou a vida de milhares de pessoas? O livro de Wagner William, autor de O soldado absoluto e Uma mulher vestida de silêncio, cobre "o ano da Covid-19", desde o último dia de 2019 ao último dia de 2020, trazendo em seu contexto as mudanças que a pandemia provocou nas relações internacionais - e também no Brasil, onde o filme de suspense se transforma rapidamente em uma comédia sem graça, que termina em uma tragédia com mais de 200 mil mortes.
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