— O que faz um fugitivo da guerra? — Emigra como clandestino, fixa-se alhures, constitui família, rega o solo com o suor, busca força na fé e na estirpe, esquiva-se da arbitrariedade, sofre as intempéries, ri com os amigos, chora com os oprimidos e os enlutados, é ferido pela hostilidade, mas ama a nova pátria. — Que sucedeu a um negro após a Lei Áurea? — Encontrou-se destituído de bens, sem grande aptidão, sem amparo. Ou reúne-se em contingentes problemáticos, ou retorna sem garantias ao antigo trabalho, ou, ainda, fica à mercê de aventureiros. Essa terceira alternativa é o ponto de partida da história de um homem, Nego Turíbio, e sua companheira. Abandonados, vivem peripécias de um mundo diferente, feitas de horas alegres e outras mais tristes. — Que dizer da população marcada pelo estigma da xenofobia? — O leitor conhecerá como ela atingiu doloridamente grandes parcelas de nosso povo ainda no século XX. — E os seres humanos, com seus altos e baixos? — Desavenças, ciúmes, malquerença, antipatia, tramas, perseguições, e também as amizades, a colaboração, a solidariedade, o trabalho, o acolhimento — são as fraquezas e as virtudes que o leitor encontrará nas atitudes, ações e palavras dos personagens vivendo épocas da história regional, a par de alguns saudosismos.