Entre tantas outras coisas, espera-se de um historiador que seja capaz de pensar os problemas do presente com os instrumentos de seu ofício. Entre tantas outras coisas, espera-se de um trabalhador de museu que perceba que falar de museu é falar de poder. Pensar sobre isso, problematizar as escolhas, evidenciar os desenvolvimentos que levam um museu a consagrar (pelo tempo que for) tal ou qual narrativa é um imperativo para quem trabalha em museu. O que Noris Leal faz neste livro é articular estes dois elementos da sua formação ? a história e o museu ? de um modo que, certamente, ressoará por muito tempo na trajetória do Museu do Doce da UFPel e que evidencia a intencionalidade e o trabalho mobilizados para a instalação do Museu do Doce na Casa do Conselheiro. Além disso, a autora mostra ? e o faz com a qualidade de "saber falar, no mesmo tom, aos doutos e aos estudantes", nas palavras de Marc Bloch ? como, neste processo, foram articulados patrimônio material e imaterial da cidade. O primeiro, representado no imóvel tombado, parte de um conjunto de bens integrados, mostra um modo de vida das famílias ligadas à produção de charque no século XIX na cidade; o segundo, representado pela tradição doceira que, naquele momento, ainda, não tinha registro como patrimônio imaterial brasileiro. Desfrutemos dessa leitura! Profa. Dra Carla Rodrigues Gastaud
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