A geografia histórica do capitalismo nos dois últimos séculos apresenta-se como um processo social caracterizado por profundas contradições, rupturas e continuidades, nas formas em que a sociedade entabula as relações entre si e com a produção das condições materiais e objetivas de sua existência. De mero palco das ações humanas, a superfície terrestre torna-se, na sociedade capitalista, objeto de complexas mediações derivadas da reprodução social e dos modos específicos de organização do trabalho historicamente determinados pela lógica da acumulação de capital e valorização do valor. A universalização da propriedade privada da terra e as sucessivas separações que marcam e caracterizam as relações sociais capitalistas conferem ao espaço geográfico o estatuto de espaço-mercadoria, conteúdo de valor de uso e de valor. Neste sentido específico, sob a ótica das relações capitalistas, pode-se falar em produção e valorização capitalista do espaço mediante a lógica intrínseca de realização dos processos sociais de reprodução da vida humana. A partir dos escritos de Marx, busca-se fundamentar a análise da espacialidade do capital a partir das categorias trabalho abstrato, valor, capital fixo, renda da terra, fetichismo e fantasmagoria. O objetivo é trazer para o centro do debate sobre a produção e valorização do espaço as contribuições críticas do marxismo e, particularmente, da teoria marxiana do valor.
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