O assunto aparentemente é direcionado apenas aos apreciadores das artes marciais e da história dos povos, mas é mais que isso: é um livro sobre a natureza humana e em como ela é frágil diante da vaidade e das aparências que precisa exibir para se considerar inserida no contexto da sociedade.Orgulho, honra, vingança e outros sentimentos moviam os duelistas de forma avassaladora. Samuel Butler, em seu livro Hudibras, afirma que "o mundo é louco por luta." Assim, o espírito guerreiro de cada homem é despertado com violência quando seus sentimentos são afrontados e ele reage buscando uma reparação. O que poderia ser resolvido nos tribunais, passa a ser uma questão pessoal e a volta do "olho por olho".Na atualidade, temos exemplos diários de questões fúteis sendo judicializadas, tornando a ação uma banalidade pelos absurdos que às vezes são apresentados como motivação. Os exageros cometidos pelos duelistas agora se transformaram nos exageros judiciais, com não menos prejuízo à verdade, aceitando-se a crença popular de que a justiça é feita para os poderosos serem soltos e os menos favorecidos serem aprisionados.Na Idade Média, chegou-se ao cúmulo de menor ofensa ou desentendimento ser respondido com um desafio para um duelo mortal. Ainda hoje, ao nosso redor, vemos casos de orgulho e honra gerando vingança, sem o charme tão popular dos duelos de antigamente, mas com a mesma violência gerando o mesmo resultado: a morte de alguém.Naquela época, doía mais nas mentes distorcidas a desonra de ter a reputação manchada do que o peso de uma acusação de assassinato. Leis foram seguidamente editadas para combater esse mal, que persistia em maior ou menor quantidade através dos séculos. Até a Igreja entrou nessa busca por um fim dos duelos, mas as medidas propostas são consideradas hoje não só inócuas, mas ridículas. Creio que terá uma mesma opinião a respeito após a leitura.Será mesmo que era esse desejo de luta natural ao ser humana que movia os duelistas? Ou será uma das piores facetas do ser humano, a atração mórbida pela violência? O curioso é que o autor, ao longo do texto, abomina a prática dos duelos, mas, ao final, afirma:Se, após o estabelecimento desse tribunal, os homens mantivessem essa natureza tão sanguinária que não se satisfaça com suas decisões pacíficas e recorram ao velho e bárbaro modo de apelar para a pistola, alguns meios podem ser encontrados para lidar com eles. Enforcá-los como assassinos seria inútil, pois para tais homens a morte teria poucos terrores. Só a vergonha os levaria à razão. O degredo, a roda de quebra ou uma surra pública talvez bastassem.A prescrição para a violência foi usar... violência contra a violência? Não me parece uma boa receita.E você, o que acha disso?
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