Mackay apresenta neste texto, parte do seu famoso livro Memórias de Delírios Populares Extraordinários e a Loucura das Multidões, uma interessante visão dos mais famosos ladrões da Europa e de como suas vidas de crimes encantaram leitores e o povo em geral na época (1850).As artes, todas elas, seja por ideologia, posição política, opinião pessoal do autor, remuneração ou qualquer outro fator que seja levado em conta na criação, presta-se a todo serviço sem o menor pudor ou medida de consequências. No caso em questão, facilmente transformaram vilões em heróis. Romantizando a vida de ladrões, com algumas pitadas generosas de poesia, cavalheirismo e consciência social, transformaram suas imagens, dando-lhes ares de benfeitores. A celebrada frase que define Robin Hood é clássica: roubava dos ricos para dar aos pobres. É a versão heroica deturpada daquela que define muitos políticos até hoje: rouba, mas faz.No texto, Mackay analisa essa visão popular dos ladrões míticos, aqueles levados à aprovação da população por argumentos românticos, mas que, no fim das contas, nada mais eram do que ladrões, que lucravam com o suor alheio e praticavam injustiças. Atraíam as atenções femininas, que ignoravam por completo os dramas que as ações desses meliantes provocavam em muitas famílias. Nem mesmo no cadafalso, deixaram de ser imortalizados por escritores e poetas, mesmo diante da realidade de um fim nada heróico.Essa grande ilusão criada pela imaginação dos autores não fica longe do que vemos hoje em dia, com a mitificação de famosos e comprovados ladrões. Como se pode ver, a humanidade caminha a passos lentos, ou melhor, em círculos. Está sempre repetindo os mesmos erros do passado.
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