José Pedro Goulart tem o essencial para quem escreve: ideias. E sabe articula estas ideias, formular o que pensa de maneira que o texto se apresente enxuto, polêmico quase sempre e interessante. Cineasta de sucesso, faz parte da geração (Carlos Gerbase, Jorge Furtado, Giba Assis Brasil entre muitos outros) que levou o cinema feito no Rio Grande do Sul ao Brasil e ao mundo. Zé Pedro pensa cada palavra, cada linha, e - segundo ele - enquanto escreve, há uma voz que sussurra advertindo-o que é um intruso num terreno que foi pontificado por gênios como Rubem Braga, Nelson Rodrigues. O fantasma da voz é uma metáfora do rigor com que ele se entrega aos seus textos. Uma forma de exorcizá-la e combate-la é enfrentar a sombra dos grandes, porque vivemos num outro tempo, e outros cronistas estão aí para pensar as questões que assombram o cotidiano de todos nós. Um cotidiano assediado por milhares de novidades que, na sua maioria, somem sem sequer serem digeridas. Em meio a esta overdose de informação, o cronista é o caçador de instantes. Ele captura no ar aquilo que ia passar voando e digere para nós. Aponta o seu significado.
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