Um homem que se comunicava pelo silêncio. Palavras construídas em pensamento e que ganharam o mundo através de seus escritos. Assim é o homem que faleceu em um hospital 17 anos depois de ter sido ali internado. Uma vez alfabetizado, seu mutismo tornou-se intransponível. E sua internação alimentou-se de intensa leitura. Ao morrer, deixou um caderno com um rico relato de como vivera antes de ingressar no hospital. Aldeia do silêncio, de Frei Betto, é uma viagem pelo mundo interior de uma pessoa sem nome próprio, mas com identidade definida. Vivendo com seu avô, sua mãe, o cachorro e o urubu de estimação, esse personagem aprendeu a preencher com silêncio seu vazio interior. Sua família vivia reclusa, longe de qualquer sinal de "civilização". O isolamento também os libertava do controle do tempo. Mas a paz conquistada pelo isolamento não duraria para sempre. Mesmo resistindo por anos ao apelo do pai - que fora viver na cidade - para que deixasse aquele local considerado atrasado e miserável, o homem sem nome não pôde enfrentar a força dos estranhos que chegaram à aldeia e o exilaram de sua casa e de sua família, as únicas referências que conhecera por toda a vida. Cultivando o silêncio, ele descobriu o poder da palavra. E também como a palavra é, todos os dias, maltratada e violentada. Parecia-lhe que as pessoas têm necessidade de falar, tagarelar, banalizar o uso do verbo, enquanto ele, desde criança, se deliciava com cada palavra aprendida de uma forma que ninguém jamais entenderia. "Não é a boca que faz o silêncio, é o âmago do nosso ser (...) O verdadeiro silêncio cala o espírito e se traduz em paz interior, em inquietação d¿alma, e a ninguém julga, nem a si mesmo." Em Aldeia do silêncio, Frei Betto convida o leitor a refletir sobre o mistério da linguagem e a inestimável riqueza do silêncio interior.
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