A gente cresce e se atrapalha inteiro. Perdemos a certeza. Questionamos o que era garantido. Ser criança deixa saudade, deixa saudade saber quem se é... Complica-se o mundo. A verdade veste máscara e a gente aprende a andar de disfarce também. Nos perdemos e achar-se sempre demora. A vida acelera e, sem ter rota em mente, dá medo segurar o volante. Nos enchemos de manias, de dúvidas, de paixões... De amores complicados, de sonhos simples... Somos curiosos. Frustrados. Insistentes. Perdidos (esplendidamente). A gente cai bastante e os golpes deixam histórias esquisitas. A gente cresce e crescer dói. E doendo a gente vira interessante. Esse livro nasceu da vontade de traçar esses caminhos confusos e caóticos que trilhamos ao envelhecer. Com leveza e lirismo, os contos mergulham no cotidiano e dele procuram fazer sentido, retratando as dificuldades que enfrentamos e as dúvidas que nos perseguem. Explorando desde o passar do tempo à primeira paixão que não passa, da raiva borbulhante à sensação de vazio, da falsidade à crise de identidade, da infância à velhice, da falta de amor à dor de amar, os contos manifestam, acima de tudo, uma vontade de entender. De entender os outros por trás de suas fachadas. De entender-nos por trás das fachadas que criamos para nós mesmos. De entender o passado para poder viver a intensidade do presente. Andança abraça a aflição e agonia de mudar. Afinal, tudo cria poesia...
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