O livro Argentina e o Brasil frente aos Estados Unidos (2003 - 2015): entre a autonomia e a subordinação aborda as relações entre a potência global e a América do Sul durante o período da ascensão de governos progressistas na região, tendo como foco as relações bilaterais com o Brasil e com a Argentina. A autora argumenta que, durante o período destacado, a potência buscou manter sua influência regional, apesar do desafio representado pela assertividade dos países sul-americanos e pelas crescentes influências chinesa e russa na região. Na obra, é defendido o argumento de que a retomada dos projetos de autonomia foi provocada pelas mudanças nas coalizões politicamente predominantes na Argentina e no Brasil e pelas mudanças no cenário internacional, com o aumento da atuação chinesa na América do Sul. Assim, não houve negligência dos EUA e, apesar dos desafios impostos pela China, a potência hegemônica manteve a capacidade de impor custos e incentivos aos governos latino-americanos. A cooperação no campo da segurança, incluindo as relações entre os militares e os agentes de segurança pública, permaneceu como um sustentáculo importante da influência estadunidense. Refletir sobre o período em pauta é de grande relevância, especialmente no momento contemporâneo, no qual há uma reversão do processo, com o aprofundamento da subserviência do Brasil aos Estados Unidos. Entender como governos anteriores buscaram se contrapor à potência, quais as possibilidades e limites de resistência, e como o processo foi revertido é essencial para pensar o futuro e as alternativas existentes para o Brasil e para a América do Sul na esfera internacional.
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