O objetivo desta pesquisa é identificar o locus socioantropológico da figura das benzedeiras dentro do processo histórico de suas inter-relações humanas com a cultura, a religião e a medicina institucionais. Justifica-se essa pesquisa pelo fato de que as benzedeiras são uma espécie de artefato cultural e religioso digno de ser estudado de forma científica. O problema central é entender como, na condição histórica de tais agentes, desenvolveram-se suas práticas de forma não burocrática e sob que condições as benzedeiras, as benzeções e a procura por tais práticas se fazem presentes atualmente. A premissa básica é a possibilidade de que as práticas de benzeção sejam fruto dos fenômenos sociais de assimilação e acomodação e de processos culturais como a difusão e a enculturação a partir de redutos populares. Assim, a benzeção seria então uma forma de racionalização simbólica do mundo, supondo que, as instituições oficiais não abarcariam elementos suficientes que sirvam para dar sentido às representações cotidianas dos indivíduos. Quanto à metodologia, trata-se de uma abordagem empírico-bibliográfica, utilizando-se na pesquisa de campo da técnica de entrevista a partir de um questionário fechado, o qual, possibilitou qualificar os sujeitos a partir de suas ações culturais, saberes religiosos e práticas terapêuticas. Realizou-se a análise das relações entre os conceitos "popular" e "oficial" situados no contexto atual de racionalidade, no qual, as benzedeiras realizam suas práticas. Aponta-se como resultado ou produto, a constatação de que apesar da forte presença das práticas racionalizadas e oficiais na modernidade, as benzedeiras e suas benzeções mostram-se como condizentes em tal contexto sociocultural.
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