A ideia de renúncia sexual, dentro das experiências cristãs no Mundo Antigo, construiu-se no decorrer dos primeiros séculos e teve sua culminância no final do quarto século E.C. De fato, na segunda metade desse século, houve o florescimento do movimento ascético e monástico no Império Romano, e grande parte foi protagonizado pelas mulheres abastadas de Roma, adeptas das manifestações religiosas cristãs. Por consequência, nessa época, houve uma significativa produção literária a respeito do gênero feminino e de arquétipos de mulheres cristãs pelos intitulados Padres da Igreja. Na Antiguidade Tardia, o conjunto de ideias do monge Joviniano que difundia a igualdade de méritos entre as cristãs batizadas virgens, viúvas e casadas estiveram perante o crivo rigoroso de Jerônimo de Estridão - em Adversus Jovinianum - e da visão ponderada do bispo Agostinho - em De Bono Conjugali e De Sancta Virginitate -, em que se compilaram relevantes projeções e hierarquias de gênero. Ainda entre os anos 380 e 420, tanto o monge Jerônimo quanto o bispo Agostinho escreveram e endereçaram epístolas para o gênero feminino aristocrático romano e, em tais empreendimentos, foram construídas interessantes representações das mulheres honradas e virtuosas para aquela sociedade masculinizada.
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