Quais são os limites do ser humano? Entre o escoamento dos dias no cárcere, que culmina em dezenas de folhas rabiscadas, repletas de perguntas, memórias e dor, pipas ganham o céu e colorem, mesmo que timidamente, o ambiente lúgubre da prisão. Enquanto levava uma vida normal, Gabriel nunca imaginou que um dia estaria recluso em um presídio, entre a escória da humanidade. Ao som estridente dos grandes portões e grades se fechando, o jovem médico tenta se adaptar ao novo meio em que inserido, ouvindo histórias de vida muito diferentes da sua - ou teriam estas, em seu âmago, alguma semelhança? Qual a diferença entre o certo e o errado? É possível justificar um assassinato? As memórias de Gabriel se mostram agridoces, em um emaranhado de nuances da infância, a vida no interior do sul do Brasil, a educação rígida, o sonho de tornar-se médico e a condenação pelo crime de homicídio. Em que ponto o futuro promissor se perdeu entre os altos muros de uma prisão? Um enredo contundente sobre a linha tênue existente entre a civilidade e selvageria da face humana. Essa, todavia, não deixa também de ser uma história de amor. Afinal, que sentimento pode ser tão forte e genuíno a ponto de fazer com que um homem, repentinamente, mude o curso de sua história?
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