Nas "rachaduras das solas duras" dos pés de um avô morto, "de cima de suas nove décadas", é que o poeta Tiago D. Oliveira tece a sua reflexão sobre a trama da existência. Nas palavras de Itamar Vieira Júnior, neste livro de poesia "As solas dos pés do meu avô" muitas vidas irão despontar da pele ressequida desses pés, as dos ascendentes e descendentes, tendo sempre a paisagem da Terra, não como mero palco dessa jornada humana, mas como uma personagem prenhe de vida, seja a cidade, Lisboa, ou o Sertão profundo. O gado, a água, as ruas, a casa e a religiosidade são elementos que compõem a seiva perene que alimenta nossos corpos desde a raiz. Com prefácio da doutora Clarissa Macedo e posfácio do escritor Ronaldo Cagiano, percebemos que ao ler esta obra que toca a imensidão de nós mesmos, constatamos que todos surgimos, de uma forma ou de outra, do caminhar dos que nos antecederam.