O atletismo no Brasil possui uma infraestrutura que movimenta a modalidade desde as federações e confederações, clubes esportivos e sociais, instituições de ensino, comitês e órgãos dos governos municipais, estaduais e federal. Foram entrevistados atletas de atletismo nascidos no Paraná e que competiram nas olimpíadas de 2004, 2008, 2012 e 2016. Os atletas entrevistados nasceram 50% em grandes centros urbanos e 50% em pequenas cidades, competiram em provas de corrida de rua, de campo e pista. Todos são de família de classe social baixa, possuíam pouco capital social, cultural e econômico. As disputas engendradas no interior do subcampo do atletismo competitivo estão objetivadas em uma relação multilateral composta por clubes, técnicos, políticas públicas de incentivo ao esporte, entidades privadas e os mega eventos esportivos, todos buscando os melhores atletas para os representarem. A trajetória foi marcada por disputas nas relações de poder entre eles e os treinadores, os dirigentes dos clubes esportivos e sociais. O capital simbólico (potencial performático) foi a ferramenta de barganha que lhes conferiu garantias de subsistência pessoal e profissional, por meio dos resultados que obtinham em competições, do histórico de resultados e das possibilidades de crescimento, conseguiam ocupar as posições de maior prestígio no subcampo. A figura do treinador foi a mais marcante na trajetória dos atletas, sendo o responsável pelas decisões mais importantes dos atletas.
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