As relações entre as culturas francesa e sul-americana durante o século XIX e as primeiras décadas do século XX foram estreitas não só nos domínios da literatura, das artes visuais e da arquitetura, mas também no âmbito do paisagismo. Empreendendo um estudo de mão dupla sobre essas trocas de experiências e informações, Belle époque dos jardins principia com um mapeamento da atividade de paisagistas e horticultores franceses na Argentina, no Uruguai, Chile e Brasil, e recupera a produção local de Édouard André, Eugène Courtois, Charles Thays, Joseph Bouvard, Pedro Margat, Charles e Louis-Ernest Racine, Édouard Gauthier, Georges Dubois, Grandjean de Montigny, Pierre Pézérat, Charles Pinel, Jean Binot, Auguste Glaziou, Júlio Joly, Ambrósio Perret, Paul Villon, Jules Vacherot e Cochet, entre outros. O livro analisa também as repercussões da presença e cultura francesas sobre as primeiras gerações de paisagistas e horticultores brasileiros, focalizando o trabalho do gaúcho Frederico Guilherme de Albuquerque, um dos pioneiros na introdução e na difusão de espécimes ornamentais no país e editor da Revista de Horticultura, primeiro mensário nacional dedicado às plantas de jardim, que circulou entre 1876 e 1879. Por sua abordagem de fundo histórico e sólidas informações de cunho botânico, esta publicação do Senac São Paulo interessa a paisagistas, urbanistas, estudiosos do espaço urbano e a todo cidadão atento às políticas que regem o espaço público.
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