Talvez não seja possível comparar Bernardo, esse punhado de contradições e críticas, nem a Tyler Durden, de Clube da Luta (1999) nem a Travis Bickle, de Taxi Driver (1976), isso porque cada homem tem seus próprios ossos e os personagens, seus enredos. Mas algo que, com certeza, os une é o ego, a confusão, a inconformidade e as paranoias. Bernardo é esmagado entre o brilho da moeda e a cédula rasgada, que sustentam a sociedade brasileira de sua época. Sendo um atendente de uma loja de fast food, o personagem se depara com a desgraça tripla, ou uma espécie de "Baal mercantilista" com suas três cabeças que destacam os clientes malditos, os falsários colegas de trabalho e o homem com a coroa, ligeiramente representado pelos patrões que dificilmente eram vistos. Tudo isso acontece em meio a um governo que desapontou o povo brasileiro, sendo mais do mesmo e se aliando aos antigos inimigos; à guerra na Ucrânia, que foi invadida por Putin, à fragmentada economia pós-pandemia; aos conflitos comerciais de EUA e China, as eleições brasileiras e ao viver ressequido e cotidiano que precisa ser enfrentado quase como uma guerra. Pornografia, álcool, calmantes, política, mulheres e até o evangelho, são pautas que Bernardo destrincha e se envereda (ou se desvia).
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