Ambientado no interior da Amazônia, o Grupo Escolar de Igarapé-Miri, no estado do Pará, representou a continuação do projeto pedagógico republicano para alfabetizar e civilizar os futuros cidadãos dessa região. Tal projeto foi implementado a partir da ritualização do cotidiano escolar, onde crianças e adolescentes, na sua maioria oriundas de famílias pobres, eram educadas e instruídas por meio da repetição de rituais, controladores de corpos e formadores das almas, cujo objetivo final era forjar o modelo de cidadão idealizado pela república brasileira. A saga dessa Instituição Educativa apresenta as idas e vindas de um projeto que nessa localidade ribeirinha foi instalado em 1904, desativado em 1912 e reativado em 1937 até o fechamento do ciclo dos grupos escolares no Brasil em 1971. Passou por quatro casas alugadas, até finalmente em 1949 ser instalado em prédio próprio. Foi um projeto que contou com a contribuição de inúmeros sujeitos escolares, que até então estavam silenciados. A partir de uma pesquisa minuciosa, muitos sujeitos foram visibilizados e suas vozes ecoam nas páginas deste livro.
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