Durante a ditadura civil-militar, brasileiros que se opunham ao regime exilaram-se em diferentes países, como França, Chile, México, Cuba, Portugal, Uruguai, Argélia e Itália. Ex-presidentes, governadores depostos, líderes sindicais, estudantes, jornalistas e integrantes de organizações de luta armada foram vigiados no exterior por setores de embaixadas e agentes ligados ao Sistema Nacional de Informações. Os exilados denunciaram as violações da ditadura brasileira contra os Direitos Humanos e estabeleceram relações de colaboração para obter informações sobre o que ocorria no Brasil, promover eventos acadêmicos e artísticos contra a Ditadura e apoiar compatriotas que precisavam de refúgio ou auxílio para se deslocar entre países. A Argélia foi fundamental para a organização desta rede de colaboração. Os exilados na capital Argel receberam apoio do governo de Houari Boumédiène. Sob liderança do ex-governador de Pernambuco, Miguel Arraes, os brasileiros criaram a Frente Brasileira de Informações, que publicava jornais em distintas capitais do mundo. Argel recebeu quarenta brasileiros banidos no caso do sequestro do embaixador alemão, Ehrenfried von Holleben, e foi local estratégico para viagens de exilados em direção a Cuba, onde havia treinamento guerrilheiro, e à Europa, onde estava a maioria dos brasileiros.
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