Ao divulgarmos os benefícios da carne, concha e muco do Caracol Africano, oferecemos argumentos para estimular o seu aproveitamento racional como um patrimônio genético atualmente desprezado, chamando a atenção, concomitantemente, para a crítica situação das espécies nativas, ora ameaçadas, devido ao alarde feito pela imprensa nos últimos anos e responsável pela fobia contra essa espécie. A população, por sua vez, incapaz de discernir entre as distintas espécies, nativas protegidas ou as exóticas invasoras, está levando a malacofauna nativa a um acentuado processo de extermínio. A Meningite Eosinofílica, a pior doença associada ao Caracol Africano, desde o seu primeiro diagnóstico em 1945, há mais de 70 anos, foi responsável por mais de 2.800 mortes em todo o mundo; porém a Esquistossomose, uma doença parasitária grave transmitida por um caramujo nativo brasileiro do gênero Biomphalaria, é responsável, apenas no país, pela mesma média de óbitos em apenas cinco anos. Desde a sua introdução no Brasil, em 1988 até 2013, ano em que finalizamos nossa dissertação, o Caracol Africano não havia sido responsabilizado pela transmissão de nenhuma doença ou óbito no país. A criação do Caracol Africano contemporaneamente é proibida pelo IBAMA no Brasil, mas torcemos para que os critérios que levaram à sua proibição sejam revistos, inclusive, como forma de controle.
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