Fake News é coisa do passado! Também. Poderíamos nos questionar se, relativamente às Fake News, seria possível estabelecer algumas semelhanças entre a Revolta da Vacina (Rio de Janeiro, início do século XX) e a Campanha pela vacinação contra o Coronavírus. Embora distantes no tempo, nos dois episódios iremos nos deparar com uma grave situação sanitária no Brasil. Nos dois momentos, informações sem fundamentação científica acabam por levar o medo e a desconfiança à população, que reage negando-se a ser imunizada. Em 1904, por conta das informações infundadas, muitas pessoas passaram a acreditar que a vacina, ao invés de salvar vidas, tinha como objetivo eliminar a população que compunha as classes populares. Em Caricaturas: a sátira da saúde no Rio de Janeiro da Ordem e do Progresso, podemos descobrir no humor um grande aliado; um retrato satírico da difícil realidade sanitária da capital da República, no início do século, veiculado em caricaturas da época, representa uma oportunidade de colocarmos em discussão a questão da saúde, sempre tão contemporânea. A caricatura é expressão do caráter de uma sociedade e de seu tempo, provocando o riso, mas também fazendo-nos refletir. O humor funciona, dentro da caricatura, como uma espécie de sinal de alerta para a sociedade e, sendo assim, possui uma função social; o riso reprime as excentricidades, o humor transforma-se em travessura. Se o riso castiga, castiga a quem? Quais são as maiores "vítimas" dos chargistas?
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