Este livro se propõe a pesquisar o conceito de imagem-cristal em algumas manifestações de possíveis tendências e "texturas" permeáveis entre alguns planos no cinema, na pintura e nos sistemas de minerais cristalinos a partir da perspectiva pensada por Gilles Deleuze no livro Cinema 2: a imagem-tempo (2005). Desse modo, o filósofo apresenta o conceito de imagem-cristal no 4º capítulo, denominado "Os cristais de tempo". Trata-se de uma taxonomia das imagens cristalinas no cinema considerando o problema de distintas temporalidades afetivas abarcadas por elas. Deleuze classifica os cristais de tempo distinguindo-os em: cristal perfeito; cristal rachado; cristal germe (princípio germinativo) e cristal em decomposição. Consequentemente, por meio de uma cartografia, trabalharei de forma conjugada com as imagens dos artistas Volpedo e Ophüls; Degas e Renoir; Cézanne e Fellini; e Hogarth e Visconti, no sentido de ampliar a compreensão do modo pelo qual o plano, em suas múltiplas manifestações e variações, pode expressar relações estéticas referentes às demais texturas e tendências. Dessa maneira, considerando a taxonomia dos cristais de tempo feita por Deleuze no cinema, apresentarei uma cartografia das imagens cristalinas que demonstre essas afinidades entre "texturas e tendências permeáveis" percebidas no cinema, na pintura e nos sistemas de minerais cristalinos científicos.
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