O tema das classes sociais não é axiológico e/ou politicamente neutro. Não tem estado na moda, mas é uma velha e nova questão com diversos posicionamentos científicos, políticos e ideológicos/utópicos. As trajetórias de vida e identidades coletivas e individuais enraízam-se nas condições objetivas de vida, nas quais relevam estruturas de classe, articuláveis, numa perspetiva interseccional, com outras vertentes como o género ou a etnia. Delimitados os conceitos de estrato e classe, o autor expõe, confronta e avalia a teoria da estratificação, contrastando-a com as teorias (neo)weberiana e (neo)marxista das classes sociais. Visando à superação sintética do velho binómio estrutura-ação com base em autores neomarxistas e neoweberianos (Bourdieu, Olin Wright, Bader e Benschop), o autor sustenta uma concepção multidimensional de classe. Por fim, além de ser assinalados importantes contributos sociológicos em Portugal e no Brasil sobre classes sociais, são avançadas pistas de reflexão sobre identidade de classe, assim como alguns elementos histórico-empíricos sobre as realidades sociais em Portugal e no Brasil e, em particular, sobre a correspondência ou discrepância entre condição objetiva e ação de classe, nomeadamente coletiva. Tal implica reincorporar na problemática das classes sociais modos, hábitos e estilos de vida, assim como questões relativas à formação, à organização/liderança e à consciência de classe e demais condições necessárias e suficientes para a ação coletiva.
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