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Cloeh e Geraldo são leais, tanto um ao outro quanto aos amigos e companheiros, mas contestam a forma reacionária do matrimônio burguês monogâmico, cujas características constituem uma essência deletéria, patriarcal, machista, misógina, ciumenta, truculenta, racista, escravagista e colonial. Trata-se de uma espécie de casamento edificada historicamente sobre dois conceitos fundamentais: a consubstancialidade e a coextensividade com o modo de produção capitalista moderno (construído nos séculos XVIII e XIX), este compartilhando suas peculiaridades marcantes: as relações despóticas e espoliativas…mehr

Produktbeschreibung
Cloeh e Geraldo são leais, tanto um ao outro quanto aos amigos e companheiros, mas contestam a forma reacionária do matrimônio burguês monogâmico, cujas características constituem uma essência deletéria, patriarcal, machista, misógina, ciumenta, truculenta, racista, escravagista e colonial. Trata-se de uma espécie de casamento edificada historicamente sobre dois conceitos fundamentais: a consubstancialidade e a coextensividade com o modo de produção capitalista moderno (construído nos séculos XVIII e XIX), este compartilhando suas peculiaridades marcantes: as relações despóticas e espoliativas de classe, raça e gênero – com destaque para o assédio sexual, a violência doméstica, o justiçamento pelas próprias mãos e a expropriação do excedente de produção mediante o trabalho escravo e a exploração do trabalho infantil. Essa estrutura de dominação foi levada ao extremo durante a crise do liberalismo do final do século XX, notadamente com a desregulação neoliberal das duas últimas décadas, contexto histórico concreto e pano de fundo geral da saga em que se constitui a narrativa romanesca particular de Cloeh e Geraldo. Ambos resistem à crise com que se defrontam propondo formas contemporâneas de relacionamento: afetivo, aberto e humano. O poliamor.
Autorenporträt
Pedro Motta de Barros nasceu em Palmeira dos Índios, Alagoas, no seio de uma família católica. Concluiu o curso clássico no Colégio Pedro II de São Cristóvão, Rio de Janeiro, onde fundou e dirigiu o jornal A Flama, no qual publicou artigos literários. Diplomou-se em Direito, em 1963, na Faculdade do Recife. Em 1961 especializou-se em Desenvolvimento Econômico pela CEPAL/ONU, passando a trabalhar em seguida na SUDENE, de onde foi demitido quando da deflagração do golpe de estado que impôs a ditadura militar de 1964. Trabalhou na coordenação e redação do jornal A Liga, porta-voz das Ligas Camponesas. Em 1966 foi bolsista no curso de pós-graduação em planejamento econômico na ESCOLATINA, em Santiago, Chile. Retornando ao Brasil, trabalhou na FINEP até 1978, atuando como analista de projetos de ciência e tecnologia. Concluiu com aproveitamento os créditos no mestrado no Instituto de Administração da Faculdade de Economia e Administração da USP. Atuou como monitor no mestrado de Administração da USP e professor de metodologia científica da FMU-Fac. Foi dirigente e professor do Programa de Geração de Emprego e Renda (Proger) da FA/ONU em diferentes estados para instalar cooperativas de economia solidária. Obteve o título de doutor em Ciências pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP em 1997. A partir de 1999 ministrou aulas de Sociologia do Direito, Filosofia do Direito e Ética Profissional, Introdução ao Direito, Direito Empresarial e Legislação Social no Centro de Ciências Jurídicas da Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul), São Paulo, SP. Em 2000 lecionou Ciência Política e Teoria do Estado na Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo.