Redaktion: Cartola Editora / Übersetzer: Rocha, Thais; Brambilla, Sarah; Queiroz, Sara M. de; Barros, Rodrigo; Alencar, Miguel; Miranda, Fernanda; Rossi, F. T.; Marcello, Carlo M.
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Ambrose Bierce foi considerado um mestre do inglês puro por seus contemporâneos, e praticamente tudo o que produziu era notável por sua formulação criteriosa e economia de estilo. O autor escreveu em uma significante variedade de gêneros literários e seus contos são frequentemente listados entre os melhores do século XIX. Além de suas histórias de fantasmas e de guerra, também publicou vários volumes de poemas. Suas fábulas fantásticas anteciparam o estilo irônico do grotesco, que se tornou um gênero mais comum no século XX. Uma das obras mais famosas de Bierce é o livro O dicionário do Diabo,…mehr
Ambrose Bierce foi considerado um mestre do inglês puro por seus contemporâneos, e praticamente tudo o que produziu era notável por sua formulação criteriosa e economia de estilo. O autor escreveu em uma significante variedade de gêneros literários e seus contos são frequentemente listados entre os melhores do século XIX. Além de suas histórias de fantasmas e de guerra, também publicou vários volumes de poemas. Suas fábulas fantásticas anteciparam o estilo irônico do grotesco, que se tornou um gênero mais comum no século XX. Uma das obras mais famosas de Bierce é o livro O dicionário do Diabo, um léxico com definições satíricas e ácidas lançados ao longo de três décadas em jornais humorísticos e políticos. A obra foi publicada pela primeira vez em forma de livro em 1906, e posteriormente em uma versão mais completa em 1911. O livro foi considerado uma das "100 Maiores Obras-primas da Literatura Americana" pela Administração do Bicentenário da Revolução Americana. Contos estranhos, de Ambrose Bierce, é uma coletânea de trinta e quatro narrativas curtas do autor, algumas inéditas no Brasil, que abrangem todo o período de sua carreira literária. Na obra, o leitor encontrará desde seus contos mais famosos, como "Uma ocorrência na ponte de Owl Creek", "Um habitante de Carcosa" e "A coisa maldita", passando por trabalhos pouco conhecidos ou praticamente desconhecidos pelos brasileiros, como "Chickamauga", "Óleo de cão", "O funeral de John Mortonson", "Um cavaleiro no céu", "A coisa em Nolan", "Os olhos da pantera" e muitos outros. Histórias sobre desaparecimentos inexplicáveis, aparições fantasmagóricas, licantropia, execuções militares, muitas das quais passadas na Guerra da Secessão, e que demonstram todo o poder de concisão de um dos grandes nomes da literatura dos Estados Unidos.
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Ambrose Gwinnet Bierce nasceu em 1842, no estado de Ohio, nos Estados Unidos. Filho de pais excêntricos, que deram a ele e a seus doze irmãos nomes iniciados pela letra "A", saiu de casa aos quinze anos para trabalhar como aprendiz em um jornal de Varsóvia, em Indiana. Em 1861, alistou-se como voluntário no 9º Regimento de Infantaria de Indiana, e lutou em várias batalhas da Guerra Civil estadunidense. Após ser gravemente ferido na batalha de Kennesaw Mountain, em 1864, com um tiro que lhe perfurou o crânio, recebeu uma promoção por mérito e voltou à ativa meses depois, servindo na Geórgia até o final da guerra, em 1865. Após abandonar a carreira militar, mudou-se para São Francisco, na época do renascimento artístico, e começou a contribuir com periódicos, particularmente o News Letter, do qual se tornou editor em 1868. No dia de Natal de 1871, casou-se com Mary Ellen "Mollie" Day, com quem teve três filhos: os meninos Day e Leigh, e uma menina, Helen. De 1872 a 1875, viveu na Inglaterra, onde escreveu para as revistas londrinas Fun e Figaro, editou o Lantern para a imperatriz francesa exilada Eugénie e publicou três livros: The Fiend's Delight (1872), Nuggets and Dust Panned Out in California (1872) e Cobwebs from an Empty Skull (1874). Em 1877, tornou-se editor associado do Argonaut de São Francisco. Posteriormente, Bierce foi editor da revista San Francisco Illustrated Wasp por cinco anos. Em 1887, ele se juntou à equipe do San Francisco Examiner de William Randolph Hearst, para o qual escreveu a coluna "Prattler". Em 1896, Bierce mudou-se para Washington, DC, onde continuou escrevendo para jornais e revistas. Como colunista de jornal, especializou-se em ataques críticos a poetas amadores, clérigos, políticos desonestos e fraudes de todos os tipos. Os dois filhos de Bierce morreram antes dele: Day foi baleado em uma briga por uma mulher e Leigh morreu de pneumonia relacionada ao alcoolismo. Bierce separou-se de sua esposa em 1888 após descobrir cartas comprometedoras de um admirador para ela, e o casal finalmente se divorciou em 1904. Mollie Day Bierce faleceu no ano seguinte. Em outubro de 1913, Bierce, então com setenta e um anos, partiu de Washington, DC, para um tour por seus antigos campos de batalha da Guerra Civil. Em dezembro, ele passou pela Louisiana e pelo Texas, cruzando o caminho de El Paso para o México, que estava em meio a uma revolução. Em Ciudad Juárez, juntou-se ao exército de Pancho Villa como observador e, nessa função, testemunhou a batalha de Tierra Blanca. Acompanhou o exército de Villa até a cidade de Chihuahua. Sua última comunicação conhecida com o mundo foi uma carta enviada para Blanche Partington, uma amiga próxima, datada de 26 de dezembro de 1913. Após encerrar a carta dizendo: "Quanto a mim, parto aqui amanhã para um destino desconhecido", ele desapareceu sem deixar vestígios, tornando-se um dos desaparecimentos mais famosos da história literária estadunidense. Acredita-se que Bierce foi executado por um pelotão de fuzilamento no cemitério da cidade, no cerco de Ojinaga, em janeiro de 1914, mas não há nenhum registro disso. Seu fim permanece, até os dias atuais, envolto em mistério. Bierce deixou como legado uma vasta obra, que inclui inúmeros contos, fábulas, anedotas, crônicas de jornal, poemas satíricos e memórias.
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