Dança Desobediente: a formação em dança sob os estudos das relações étnico-raciais brasileiras retrata a potência da arte como um traço epistemológico orientado para a prática antirracista. A dança, nesta obra, aponta o Òg¿ de È¿ù para os caminhos possíveis de enfrentamentos às práticas ocidentais de construção de corpos dóceis e vulneráveis às ideias coloniais, a partir de uma resposta firme e contundente: as epistemologias exunianas/decoloniais como um aparato de modificação político-epistemológico, para uma nova configuração do currículo formativo na Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia (Ufba). Do modo como vê o autor, as saídas estão nas novas formas de expressar e comunicar o corpo negro que dança. Assim, desvelar as amarras coloniais por meio de sua dança-denúncia, construir redes cognitivas e de afeto, além de desobedecer aos ordenamentos de raça, gênero, sexualidades e classe instituídos, são atravessamentos vistos neste texto que nos instigam a atravessar as encruzilhadas da memória em direção às ancestralidades contidas em nossos corpos que dançam e comunicam sobre quem somos, diante das incapacidades que estão nos muros de nossas escolas coloniais. Estar implicado na escrita-denúncia faz da obra de Jadiel Ferreira dos Santos um manifesto contra as ações racistas que imperam nos círculos acadêmicos desde as suas mais tenras memórias. Este é um livro que nos possibilita enfrentar o racismo a partir de projetos de modificação de mentalidades e assim negar a ordem hegemônica estabelecida. Importa ainda ressaltar que nossas corporalidades estão sendo alvejadas e elas detêm toda potência de fazer o mundo melhor. Honremos nossos Orí (cabeça) e daquelas tantas pessoas que vieram antes de nós. Adúp¿ Ó Òrì¿à Gbogbo!!!
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